Devocionais e Reflexões

Devocional: Quando a nossa justiça fede

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia…”

Isaías 64:6


Introdução – A falsa confiança do justo aos seus próprios olhos

A maioria das pessoas se considera “boa”. É comum ouvir frases como: “Eu nunca matei, nunca roubei, faço o bem, ajudo os outros…”
Mas o que Deus pensa sobre essa “justiça” que tanto valorizamos? O que Ele vê quando olhamos para nossas boas ações com orgulho?

A Bíblia é clara: nossa justiça não nos justifica diante d’Ele. E entender isso muda tudo.


1. A justiça humana: um pano sujo que não limpa (Isaías 64:6)

Isaías 64:6 é um soco na arrogância moral:

“Todas as nossas justiças são como trapo de imundícia.”

O termo hebraico usado aqui se refere a um pano usado por mulheres durante o período menstrual — algo impuro, repulsivo na cultura judaica. Ou seja, até o nosso “melhor” diante de Deus é sujo, contaminado pelo pecado.

Por quê? Porque fazemos o certo pelas razões erradas.
Mesmo nossos atos mais nobres são muitas vezes guiados por orgulho, vaidade, interesse próprio ou medo. A motivação importa para Deus. E Ele vê o coração.


2. A justiça de Deus: perfeita, santa, imutável

Enquanto nossa justiça é inconsistente e interesseira, a justiça de Deus é perfeita.

“Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; justo e reto é ele.”
(Deuteronômio 32:4)

Deus não se corrompe, não muda de ideia por conveniência, não negocia seus padrões. Ele não é como nós. Sua justiça é o padrão absoluto.

E isso cria um problema: se Deus é justo, como Ele pode aceitar pecadores?


3. A justiça de Cristo: o que nos salva (Filipenses 3:8-9)

Paulo entendeu isso com profundidade. Em Filipenses 3, ele faz um “currículo” das suas conquistas religiosas — e depois joga tudo no lixo:

“Considero tudo como perda, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo…”
(Fp 3:8-9)

A boa notícia do evangelho é essa:
⚠️ Não somos aceitos por Deus por causa da nossa justiça, mas por causa da justiça de Jesus atribuída a nós.

“Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”
(2 Coríntios 5:21)


4. Conclusão – Deus não quer seus méritos. Ele quer sua rendição.

Você pode tentar impressionar a Deus com boas obras. Pode tentar “pagar seus pecados” com caridade, jejum ou religiosidade. Mas tudo isso é trapo sujo, se não vier de um coração que se rendeu completamente a Cristo.

Só há uma justiça que salva: a que vem pela fé em Jesus.
E isso nos humilha, mas também nos liberta. Não precisamos fingir perfeição. Precisamos confiar no Perfeito.


5. Aplicação prática – E agora, como vivemos?

  • 🧎‍♂️ Renda-se à graça: Pare de tentar conquistar o favor de Deus. Receba a justiça de Cristo pela fé.
  • ❤️ Ame em resposta, não por obrigação: Agora que somos justificados, nossas boas obras passam a ser frutos de gratidão, não moedas de troca.
  • 📖 Ore como o publicano, não como o fariseu (Lucas 18:9-14): “Tem misericórdia de mim, pecador.”

Oração final

Senhor, me livra da ilusão da minha própria justiça. Que eu confie somente em Cristo, e que minhas obras sejam resposta ao Teu amor, e não tentativa de te comprar. Em nome de Jesus, amém.

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