Devocional: Cristo, a Nossa Paz
Texto base: Efésios 2:11-22
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, […] veio e evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto.”
(Efésios 2:14,17)
Introdução: o mundo carente de paz
Vivemos em uma época em que a palavra “paz” é usada frequentemente, mas raramente compreendida em sua profundidade. A busca por paz move corações, famílias e nações. Porém, a Bíblia nos revela que a verdadeira paz não é simplesmente a ausência de conflito, mas a presença reconciliadora de Cristo. Ele é a nossa paz (v.14).
1. De longe para perto – A reconciliação com Deus (v.11-13)
Paulo escreve a crentes gentios, lembrando-os de quem eram antes de Cristo:
- “Sem Cristo”
- “Separados da comunidade de Israel”
- “Estranhos às alianças da promessa”
- “Sem esperança”
- “Sem Deus no mundo” (v.12)
Esse é o retrato de todo aquele que vive longe de Deus: excluído, sem direção, sem aliança, sem esperança real. Mas então vem o versículo 13:
“Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.”
Aqui está o primeiro grande milagre da paz:
Os que estavam distantes foram aproximados. E não foi por mérito, boas ações ou religiosidade, mas pelo sangue de Cristo. A cruz é o lugar onde o distanciamento termina e a reconciliação começa.
2. Cristo derruba os muros – A reconciliação entre os homens (v.14-18)
“Ele é a nossa paz… tendo derribado a parede da separação…”
No templo judaico, havia uma parede literal que separava os gentios dos judeus. A entrada dos gentios era limitada sob pena de morte. Essa parede representava barreiras étnicas, culturais e espirituais. Mas em Cristo, todas essas barreiras caem por terra.
Jesus aboliu:
- A inimizade (hostilidade entre os povos)
- A lei cerimonial, que fazia distinções entre os que “pertenciam” e os que estavam “fora”
- Os privilégios humanos que geravam orgulho e exclusão
“Criando, em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz” (v.15)
Cristo não apenas promove reconciliação; Ele cria uma nova humanidade.
Não é mais judeu ou gentio. Não é mais superior ou inferior. Todos são um em Cristo Jesus.
Ele reconcilia ambos com Deus e entre si.
“E, vindo, evangelizou paz a vós que estáveis longe e paz aos que estavam perto” (v.17)
Paz com Deus.
Paz com o próximo.
Essa é a paz completa que só Cristo pode trazer.
3. Um só corpo, um só Espírito, uma só família (v.19-22)
O resultado dessa paz é a nova identidade do povo de Deus:
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus.” (v.19)
De pessoas sem pátria espiritual, nos tornamos:
- Cidadãos do Reino
- Membros da família de Deus
- Pedras vivas num edifício espiritual
“No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor.” (v.21)
Cristo é o alicerce e o construtor.
O Espírito Santo habita nesse templo.
Cada crente é parte da casa que Deus está edificando para a Sua glória.
Aplicações práticas: como viver essa paz
1. Reconheça a obra da cruz como o único caminho para a paz verdadeira.
Não há reconciliação sem sangue. Toda tentativa humana de paz que ignora a cruz é incompleta e temporária.
2. Derrube muros que ainda existem dentro do seu coração.
Preconceitos, orgulho, ressentimentos, exclusões. Se Cristo derrubou o muro, não temos o direito de reconstruí-lo.
3. Viva como alguém que foi aproximado por Deus.
Você já esteve longe, mas agora está perto. Aproxime-se mais ainda. Ore, adore, confie, relacione-se com Aquele que te trouxe para perto.
4. Seja um promotor da paz que vem de Cristo.
Não é paz baseada em acordos humanos, mas na verdade do evangelho. Evangelize a paz. Proclame a paz. Ore pela paz.
Conclusão: A paz tem um nome
Em um mundo fragmentado, marcado pela separação e conflito — entre nações, famílias e até igrejas — Paulo nos lembra:
“Ele é a nossa paz.”
Paz não é um estado. Paz é uma Pessoa.
E essa Pessoa é Cristo.